quinta-feira, 9 de maio de 2013

Tablets - Presente de Grego


    Os únicos capazes de afirmar se é ou não prejudicial o aumento de alunos por sala, são os professores. De nada adianta psicólogos - pagos pelo governo - , secretário estadual da educação, gerentes regionais afirmarem em veículos de imprensa que o número de 40 alunos por sala é adequado... Os únicos que estão em contato direto com esta realidade, na frente da batalha, que enfrentam essa dificuldade, são os professores. Que tal o senhor Secretário da educação praticar a docência? Em uma dessas salas com 40 alunos. Isso mesmo, dar aula em uma turma com 40 alunos, seria ainda mais interessante agora que o frio está presente, as salas abarrotadas de alunos, janelas pouco abertas devido a baixa temperatura, aí questiono: Para que serve a campanha contra a H1N1? Se no local aonde deveria ser propagada a ideia de prevenção,faz-se tudo errado! 
    A educação deve ser valorizada, não com Tablets, os quais muitos estados brasileiros receberam, uma "promoção" do governo federal que se diga de passagem, a educação precisa de coisas básicas como: salas de aulas com espaço, poucos alunos para que o professor consiga realmente atender cada um, uma biblioteca aberta com acervo literário atualizado, internet rápida, e digo mais; salas de aulas com ventilação, sem goteiras, com vidros nas janelas, com material didático disponível, coisas tão simples que não temos. 
   Para que o Tablet? Se nem o básico que é a estrutura física nós temos. A intenção do Tablet em sala de aula é boa, contudo as escolas da rede estadual não comportam tal ferramenta quando faltam tantas outras coisas e coisas básicas. É um tanto irônico, um professor utilizando Tablet quando não se possui nem uma organização pedagógica na escola, quando não se possui nem uma BIBLIOTECA! Estamos na era digital sim, mas o livro continua sendo um divisor de águas para o hábito da leitura. Temos muitos alunos que utilizam Tablets, Ipads, Smartphones, porém não sabem ler, não saber interpretar, ou seja, não sabem realmente utilizar tais ferramentas a seu favor. 
     Presente de Grego, entrega-se o Tablet e entulha a sala de aula com 40 alunos. Em quase 12 anos como professora, só tenho a lamentar, e como muitos já fizeram ou estão pensando em fazer, percebo que o Magistério não vale mais a pena, está na hora de buscar outra profissão, A melhor coisa da minha profissão é o ALUNO, só que por mais que o professor ame a profissão, as contas e dívidas não se pagam com amor. 
    Peço respeito a nós professores, merecemos, pois TODOS passam por nossas mãos e depois se esquecem do verdadeiro valor de um PROFESSOR.

quarta-feira, 1 de maio de 2013

O MEU PÉ DE LARANJA LIMA...

   
 Livros perdidos em meio a empoeiradas e atulhadas prateleiras... são tantos títulos, muitos esquecidos há tempos e não são tocados por mãos humanas há décadas, parece estranho, mas são tesouros escondidos, escondidos em uma biblioteca. Se você tiver o mínimo de sensibilidade, ao entrar em uma biblioteca e fechar os olhos, atentar os ouvidos, sentirá o pulsar e ouvirá o pedido de socorro vindo do fundo das prateleiras.Sim, são os livros querendo ser abertos, tocados, folheados... Estão sedentos por esse toque tão humano que é a leitura.
     Quando entro em uma biblioteca, gostaria de ter milhões de olhos, braços e mãos para poder tocar, ler um pouquinho de cada um. Saio da biblioteca arrasada, os alunos pouco se interessam pelos livros, e o que posso falar de colegas professores? Simplesmente não leem! Como pode um professor não ler? Como pode um professor cometer tal falha? 
    O hábito da leitura se inicia em casa, todos sabemos disso. E continua na escola, contudo como continuar a desenvolver esse hábito quando o professor não lê? Torna-se difícil, se não impossível disseminar essa riqueza, quando nem todos fazem o que lhe é dever fazer. Um professor que não lê, não é professor. Professores precisam ler, seja revistas, artigos da sua área específica, porém professores de Língua Portuguesa precisam ler literatura, além de produções específicas de sua área. O professor de Língua Portuguesa tem a OBRIGAÇÃO de abranger em suas aulas, a LITERATURA. 
     A biblioteca está lá, fechada, vazia, cheirando a mofo. Os livros estão esperando para serem retirados de seu enclausuramento... prontos para serem devorados por um leitor voraz. 

    Encontrei na biblioteca da escola: O Meu Pé de Laranja Lima de José Mauro de Vasconcelos, (Clássico Juvenil da Literatura Brasileira)... Ele saltou nas minhas mãos assim que me aproximei da prateleira... Abri, cheirei, as páginas amareladas, cheiro de livro velho, publicado em 1968... trouxe para casa... estou o devorando....